Os critérios de avaliação para viabilidade econômica de projetos de infraestrutura de transportes no Brasil são pouco utilizados, tanto pela pouca clareza dos documentos normativos disponíveis, como pela escassez de recursos para a execução de um plano eficaz e atuante para combater os problemas referentes à estrutura de transportes. É necessário rever conceitos e preparar as futuras gerações de profissionais, para que busquem soluções sistêmicas e integradas, de forma a promover soluções permanentes.
Existem documentos de caráter orientativo (mas não com função de norma), ligados ao DNIT, que tentam traduzir as práticas de desenvolvimentos de projetos de infraestrutura de transportes no Brasil, mas de maneira pouco clara ou sem especificações quanto aos padrões internacionais praticados: as questões relacionadas à quantificação de custos de viagem e dedução de impostos incidentes para determinar os custos econômicos se apresentam perfeitamente dentro do cenário de avaliação econômica adequado; em contrapartida, a análise do custo de tempo de viagem utilizando o salário médio dos usuários da rodovia, e não do país, não convém com as práticas tradicionais dos critérios de avaliação. Apesar das limitações brasileiras na utilização das metodologias de avaliação econômica, tal prática vem ganhando espaço, e dentro de certo tempo se tornará uma prática imprescindível para os projetos de infraestrutura de transporte no país.
Lamentavelmente, a prática na administração da infraestrutura de transportes no Brasil é bastante carente doa mais diversos recursos, tais como desqualificação profissional, falta de comprometimento dos órgãos competentes, questões culturais, entre outros. Cidades como São Paulo e Curitiba podem ser consideradas exceções, pois aplicam em sua conjuntura ações próximas ao recomendado para manter o sistema de transportes confortável e eficiente (na verdade, a cidade de Curitiba merece destaque acentuado devido suas práticas bastante eficientes em sua estrutura de transportes). Em Manaus, a situação é crítica, pois o órgão responsável pela infraestrutura de transportes, a SMTU (Superintendência Municipal de Transportes Urbanos), serve apenas como “coletor de dados” para empresas de consultoria, contratadas com o intuito de desenvolver projetos caros e com foco totalmente deturpado da realidade regional, resultando em ações de alcance restrito e, na maioria das vezes, provisórias.
Desta forma, é necessário que haja a atuação intensa dos órgãos competentes (de todas as esferas governamentais) e das sociedades organizadas, afim de se debater e implementar soluções adequadas e compatíveis com a realidade de nossas cidades, além da formação de mão-de-obra qualificada para atuarem na área de infraestrutura de transportes, segmento de mercado com enorme carência de profissionais, e que exige a cada dia, em virtude da crescente modernização dos centros urbanos e do acentuado crescimento econômico, gerar condições para que a infraestrutura de transportes acompanhe , no ritmo mais próximo possível, o latente desenvolvimento pelo qual o Brasil vem atravessando nestes últimos anos.
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