sábado, 27 de agosto de 2016

DADOS TÉCNICOS DA RODOVIA TRANSAMAZÔNICA NA REGIÃO NORTE



Segundo o DNIT (2016), a BR 230, na região norte, possui 133,2 km de rodovia implementada no estado do Tocantins, 1569,5 km no Pará e 831,6 km no Amazonas. Totalizando, assim, 2534,3 km de rodovia. Fazendo-se um paralelo das condições técnicas atuais evidenciadas nos trechos que compreendem esses três estados, pode-se observar um nítido descaso estrutural da rodovia à medida que ela adentra a região norte. A seguir serão apresentados dados, disponibilizados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura, relativos às condições atuais da rodovia nesses três estados.
TOCANTINS
Nos primeiros quilômetros da Transamazônica que compreendem a região norte os registros técnicos são animadores. Em todos os 133,2 km de rodovia implementada no Tocantins verifica-se a rodovia nas condições da superfície, a pista inteiramente pavimentada, presença de acostamentos bem regulares, sinalizações verticais e horizontais em bom estado de conservação e sem retenção de fluxo devido às condições do pavimento. A única premissa negativa da situação desse trecho da BR 230 fica por conta da inexistência de postos de fiscalização de carga voltados para preservação da vida útil do pavimento; que, aliás, não é verificado em nenhum dos trechos abordados neste trabalho.
PARÁ
No Pará a situação verificada começa a evidenciar parâmetros que sugerem preocupação. Nos primeiros 119 km já se percebe a inversão do panorama anterior; 12 km em revestimento primário, 107 km pavimentados, sem especificação de acostamento, com pequena redução da velocidade de tráfego devido às condições do pavimento e sinalizações horizontais e verticais apresentando problemas de visibilidade e legibilidade. Do trecho que compreende a entrada para cidade de Marabá (km 119) até o rio Cajazeiras (km 194,7) as condições verificadas seguem as mesmas proporções verificadas nos primeiros 119 km, embora, com atividades de manutenção sendo realizadas.
Do km 194,7 ao km 391 a pista possui sua superfície completa em revestimento primário, sem presença de sinalizações horizontais, com sinalizações verticais regulares, sem presença de acostamentos, com trafegabilidade reduzida devido as condições do revestimento e da presença de vegetação caída na pista e registro recente de colapso de uma ponte de madeira. Em nota, o DNIT explicou as causas do incidente: “Em virtude de fortes chuvas na região e devido a passagem de caminhões carregados de madeira, com excesso de carga, a ponte sobre o Rio Arataú, na BR-230/PA, próxima ao Município de Pacajá, sofreu colapso estrutural vindo a desabar.”.
*Não há registros das condições da rodovia no trecho do Pará entre os km 391 e 571,4.
No trecho entre os km 571,4 ao km 728,5 registra-se os melhores dados viários da rodovia no estado; rodovia pavimentada (a partir do km 582), com presença e regularidade de sinalização vertical e horizontal, sem redução de velocidade obrigatória, com presença regular de acostamento. No trecho seguinte (km 728,5 ao km 984) que possui seu limite na conexão da BR 230 com a BR 163 a superfície volta a ter revestimento primário (embora ainda em boas condições), sem sinalização horizontal, acostamento indefinido, sinalização vertical em condições regulares e com obrigação de pequena redução de velocidade.
Do trecho que compreende a conexão com a BR 163 até a fronteira do estado Pará (km 984) com o estado do Amazonas (km 1569,5), a rodovia possui sua superfície, majoritariamente (558,5 km), com revestimento primário, em condições de tráfego regulares, sem presença de sinalização horizontal e com regular presença de sinalização vertical, sem presença de acostamentos e com obrigação pequena de redução de velocidade devido as condições viárias. Todavia, nos trechos englobados entre Itaituba (km 1102,6) ao km 1129,6 (início da travessia do rio Tapajós) é verificado a presença de pavimento em boas condições de trafegabilidade, sinalização horizontal e vertical presente com regularidade e sem exigência de redução de velocidade; embora não se tenha registros da presença e/ou das condições de acostamento nesse trecho.
AMAZONAS
No Amazonas, os dados da rodovia enaltecem o descaso enunciado no início das abordagens de apresentação desta pesquisa. Os primeiros 610,4 km da BR 230 no Amazonas possuem revestimento primário (LATERITA), pontes de madeira em boas condições, sinalização vertical precária (com mínima quantidade de placas e péssimas condições de visibilidade e legibilidade) e obrigatoriedade excessiva de redução de velocidade. Ainda nesses primeiros 610,4 km, não é observado a presença de acostamentos e de sinalizações horizontais e registra-se três integrações com o modal hidroviário através da travessia de rios por meio de balsas terceirizadas de maneira regular.
No curto trecho entre o fim da travessia do rio madeira (km 610,4) até o fim da coincidência da BR 230 com a BR 319/AM (km 642,8) a rodovia apresenta sinais de melhora. Ali a pista é inteiramente pavimentada, com sinalizações verticais e horizontais em boas condições, com presença de pontes em concreto armado e de acostamentos regulares, sem retenção obrigatória da velocidade.
No trecho final de rodovia implementada (km 642,8 ao km 831,6) as condições que cerceavam os primeiros quilômetros da rodovia voltam a se repetir, dessa vez com uma travessia por balsa (em estado precário). A única exceção dos dados desse trecho se dá no perímetro urbano da cidade de Lábrea (km 815,4 ao km 831,6) em que a pista é pavimentada.
O último trecho, que iria de Lábrea até Benjamin Constant, ainda não está implementado.

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