Segundo
o DNIT (2016), a BR 230, na região norte, possui 133,2 km de rodovia
implementada no estado do Tocantins, 1569,5 km no Pará e 831,6 km no Amazonas. Totalizando,
assim, 2534,3 km de rodovia. Fazendo-se um paralelo das condições técnicas
atuais evidenciadas nos trechos que compreendem esses três estados, pode-se
observar um nítido descaso estrutural da rodovia à medida que ela adentra a
região norte. A seguir serão apresentados dados, disponibilizados pelo
Departamento Nacional de Infraestrutura, relativos às condições atuais da
rodovia nesses três estados.
TOCANTINS
Nos
primeiros quilômetros da Transamazônica que compreendem a região norte os
registros técnicos são animadores. Em todos os 133,2 km de rodovia implementada
no Tocantins verifica-se a rodovia nas condições da superfície, a pista
inteiramente pavimentada, presença de acostamentos bem regulares, sinalizações
verticais e horizontais em bom estado de conservação e sem retenção de fluxo devido
às condições do pavimento. A única premissa negativa da situação desse trecho
da BR 230 fica por conta da inexistência de postos de fiscalização de carga
voltados para preservação da vida útil do pavimento; que, aliás, não é
verificado em nenhum dos trechos abordados neste trabalho.
PARÁ
No
Pará a situação verificada começa a evidenciar parâmetros que sugerem
preocupação. Nos primeiros 119 km já se percebe a inversão do panorama
anterior; 12 km em revestimento primário, 107 km pavimentados, sem especificação
de acostamento, com pequena redução da velocidade de tráfego devido às
condições do pavimento e sinalizações horizontais e verticais apresentando
problemas de visibilidade e legibilidade. Do trecho que compreende a entrada para
cidade de Marabá (km 119) até o rio Cajazeiras (km 194,7) as condições
verificadas seguem as mesmas proporções verificadas nos primeiros 119 km,
embora, com atividades de manutenção sendo realizadas.
Do
km 194,7 ao km 391 a pista possui sua superfície completa em revestimento
primário, sem presença de sinalizações horizontais, com sinalizações verticais
regulares, sem presença de acostamentos, com trafegabilidade reduzida devido as
condições do revestimento e da presença de vegetação caída na pista e registro
recente de colapso de uma ponte de madeira. Em nota, o DNIT explicou as causas
do incidente: “Em virtude de fortes chuvas na
região e devido a passagem de caminhões carregados de madeira, com excesso de
carga, a ponte sobre o Rio Arataú, na BR-230/PA, próxima ao Município de
Pacajá, sofreu colapso estrutural vindo a desabar.”.
*Não há registros das condições da rodovia no trecho do Pará
entre os km 391 e 571,4.
No trecho entre os km 571,4 ao km 728,5 registra-se os
melhores dados viários da rodovia no estado; rodovia pavimentada (a partir do
km 582), com presença e regularidade de sinalização vertical e horizontal, sem
redução de velocidade obrigatória, com presença regular de acostamento. No
trecho seguinte (km 728,5 ao km 984) que possui seu limite na conexão da BR 230
com a BR 163 a superfície volta a ter revestimento primário (embora ainda em
boas condições), sem sinalização horizontal, acostamento indefinido,
sinalização vertical em condições regulares e com obrigação de pequena redução
de velocidade.
Do trecho que compreende a conexão com a BR 163 até a
fronteira do estado Pará (km 984) com o estado do Amazonas (km 1569,5), a
rodovia possui sua superfície, majoritariamente (558,5 km), com revestimento
primário, em condições de tráfego regulares, sem presença de sinalização
horizontal e com regular presença de sinalização vertical, sem presença de
acostamentos e com obrigação pequena de redução de velocidade devido as
condições viárias. Todavia, nos trechos englobados entre Itaituba (km 1102,6)
ao km 1129,6 (início da travessia do rio Tapajós) é verificado a presença de
pavimento em boas condições de trafegabilidade, sinalização horizontal e
vertical presente com regularidade e sem exigência de redução de velocidade;
embora não se tenha registros da presença e/ou das condições de acostamento
nesse trecho.
AMAZONAS
No Amazonas, os dados da rodovia enaltecem o descaso
enunciado no início das abordagens de apresentação desta pesquisa. Os primeiros
610,4 km da BR 230 no Amazonas possuem revestimento primário (LATERITA), pontes
de madeira em boas condições, sinalização vertical precária (com mínima
quantidade de placas e péssimas condições de visibilidade e legibilidade) e
obrigatoriedade excessiva de redução de velocidade. Ainda nesses primeiros
610,4 km, não é observado a presença de acostamentos e de sinalizações
horizontais e registra-se três integrações com o modal hidroviário através da
travessia de rios por meio de balsas terceirizadas de maneira regular.
No curto trecho entre o fim da travessia do rio madeira (km
610,4) até o fim da coincidência da BR 230 com a BR 319/AM (km 642,8) a rodovia
apresenta sinais de melhora. Ali a pista é inteiramente pavimentada, com
sinalizações verticais e horizontais em boas condições, com presença de pontes
em concreto armado e de acostamentos regulares, sem retenção obrigatória da
velocidade.
No trecho final de rodovia implementada (km 642,8 ao km 831,6)
as condições que cerceavam os primeiros quilômetros da rodovia voltam a se
repetir, dessa vez com uma travessia por balsa (em estado precário). A única
exceção dos dados desse trecho se dá no perímetro urbano da cidade de Lábrea
(km 815,4 ao km 831,6) em que a pista é pavimentada.
O último trecho, que iria de Lábrea até Benjamin Constant,
ainda não está implementado.