Uma das principais características de qualquer ramo da economia é a necessidade de grande mobilidade, aspecto este que está diretamente ligado ao sistema de transportes: quanto maior a facilidade e rapidez do transporte de um bem, menor o custo para seu produtor. Essa questão representa um grande problema de logística para os estados da região norte do país, visto que estes possuem baixa acessibilidade, devido à falta de uma infraestrutura de transportes que permita a movimentação dos produtos adequada, prática e rapidamente entre essa e as demais regiões brasileiras.
O transporte não agrega valor ao produto, não influenciando, assim, seu preço de venda (ao menos não diretamente, pois este é definido pelo mercado e não pelo produtor isoladamente). Portanto, a busca por meios de transportar mercadorias mais eficientes e baratos é uma das principais preocupações em qualquer mercado. Daí a necessidade do planejamento e desenvolvimento de sistemas de transportes eficientes, considerando as necessidades de seus utilizadores, estas que dependem do tipo de mercadoria considerado. Alimentos perecíveis, por exemplo, precisam de condições especiais de conservação e de rapidez do transporte, para que cheguem ao comprador em boas condições de consumo. Eletroeletrônicos não precisam das mesmas condições de conservação que os alimentos, e, dependendo do grau de produção e do destino, pode ser necessário um meio de transporte mais rápido e abrangente: enquanto alimentos com destino a uma localidade próxima poderiam ser transportados por caminhões, eletroeletrônicos destinados a outros países necessitariam de transporte aéreo.
Para que o custo de transporte seja mínimo (e, portanto, a margem de lucro seja maior), é necessário um bom planejamento logístico, ou seja, uma boa organização e controle das atividades de armazenagem e transporte do bem em questão, desde a sua produção até a sua distribuição para os consumidores. Isso tudo depende muito da acessibilidade dos locais por onde passará o produto (ou seja, da facilidade de se chegar a esses locais). Essa característica é que faz com que a maior parte dos produtos comercializados em Manaus, por exemplo, sejam muito mais caros que em outras localidades brasileiras: a dificuldade de transporte desses bens até essa cidade aumenta o custo dos mesmos, e, como não há outra opção de aquisição de certos produtos senão por importação de outras regiões do país, a “mão invisível” regulou o mercado (através das decisões dos diversos compradores e vendedores em conjunto) de forma a aumentar o preço, para que os vendedores ainda tenham um bom lucro e os compradores ainda possam adquirir os produtos, mesmo que, obviamente, não completamente satisfeitos com a diferença de preço (mas são obrigados a comprar, por falta de opção).
Portanto, um bom investimento no sistema de transportes de qualquer país leva ao desenvolvimento da economia, aumentando a competitividade e, assim, a geração de riquezas e bem-estar social, e é justamente isso que se faz necessário no Brasil, atualmente. O desenvolvimento do sistema de transportes e a integração das diversas regiões brasileiras por meio dele deveriam ser uma das principais preocupações do governo e alvo de grandes investimentos, como um passo para o desenvolvimento econômico do país.
Mike Willer
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