Atualmente, percebem-se mudanças importantes no cenário econômico mundial, no qual nações emergentes avançam em exportações. E o que elas têm em comum? Mobilidade. Essa característica deve-se à atuação e eficácia do sistema de transporte local gerando movimentação da economia e seus vários setores, em prol do melhor funcionamento da sociedade. Os insumos utilizados nos setores da economia precisam da eficiência do sistema de transporte para seu trâmite desde a obtenção da matéria-prima à composição do produto com valor-agregado, já nos setores secundários e terciários. Ou seja, se para o desenvolvimento ocorrer, entre outros fatores, necessita-se de uma economia fundamentada, essa por sua vez, carece de mobilidade planejada e segura. Tal mobilidade necessita acontecer de modo que admita a circulação de pessoas, bens e cargas, sobretudo de maneira confortável, protegida, conveniente, rápida e com menor impacto ao meio ambiente.
Cada região exibe um potencial produtivo, e para transformar esse potencial em capital, depende-se dos transportes, sobretudo adequados às peculiaridades de cada região, levando-se em conta também a melhor forma de escoamento do produto. A região amazônica possui avantajada disponibilidade hídrica, que favorece a transformação de rios em hidrovias sem grandes alterações em alguns trechos. Para o escoamento de mercadorias transportadas a grandes quantidades, esse tipo de modal é viável. Já para o transporte de materiais com maior valor agregado, por exemplo, os de eletrônica, o modal acima citado não é o ideal. Outro fator preponderante é o tempo, já que o transporte aquaviário demanda mais tempo que o aéreo, por exemplo. Ou seja, além da melhor forma de transporte para a mercadoria, verifica-se também qual a potencialidade de modais da região.
Outro modelo acerca da dependência do sistema de transporte para a sobrevivência econômica de alguns lugares interioranos amazônicos é a instalação de estruturas portuárias para uso das vias fluviais com barcos regionais, que por sinal caracteriza-se por ser um dos meios de transporte mais antigos. A construção de portos para essas localidades facilita o escoamento de produtos advindos de cooperativas de moradores através de estratégias governamentais, como exemplo, os Arranjos Produtivos Locais – APLs, cujo objetivo é de promover o desenvolvimento regional por meio da melhoria da competitividade dos diferentes segmentos da economia, utilizando as características comuns e trabalhando principalmente com produtos in natura. Os APLs podem ser definidos também como um tipo particular de cluster, já que há a concentração geográfica de empresas que incentivam a produção interiorana, além dos aglomerados de agentes econômicos envolvidos nas diversas atividades referentes aos Arranjos Produtivos Locais.
Aliada a todas as medidas utilizando os sistemas de transporte em prol da competitividade econômica gerada pelos diversos agentes, tem-se a Logística, cuja função neste contexto é viabilizar o melhor processo para o produto, desde a obtenção de sua matéria-prima, à entrega e posteriormente a destinação final do agora resíduo. Dentre deste conjunto de ações, tem-se o transporte como elo entre as distintas etapas das operações logísticas, em meio à movimentação de produtos e/ou estocagem temporária destes.
O nível de desenvolvimento de uma sociedade está ligado espontaneamente com o grau de sofisticação do seu sistema de transporte, impondo assim a sua importância, quanto à infraestrutura para o progresso da humanidade. Neste contexto, tem-se confrontado a situação brasileira, com a dualidade de sua economia “promissora” e a problemática de seu sistema de transportes. Até quando as exportações suportarão as deficiências desse sistema? Como esse sistema se comportará mediante ao desenvolvimento, outrora iminente, atualmente presente? Que medidas logísticas os profissionais podem praticar para que a influência do Sistema de Transportes na Economia seja cada vez mais eficaz? Ainda há muito que se estudar, planejar e executar. A análise do cenário atual do sistema de transportes e de todos os seus agentes é objetivo multidisciplinar para o desenvolvimento de cidades com futuras economias consolidadas por meio da acessibilidade proporcionada pelo sistema supracitado. Um desafio para a nossa geração produzir, buscando a melhor competitividade de nosso país em paralelo aos demais.
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