Para fugir da alta temperatura da cidade e da chuva, os usuários estão marcando no relógio a hora em que se deve sair de casa e pegar o coletivo. Traçar os minutos e o percurso que deve ser seguido até o ponto de ônibus tem diminuído o desconforto dos usuários
Fábio Oliveira
Tem até placa de cabeça para baixo para informar onde é a parada (Fábio Oliveira)
Registrar o horário em que o ônibus passa na parada é o que tem sido feito por muitos usuários em Manaus que usam o transporte coletivo para locomoção. O motivo disso é o fato da precariedade em que se encontram muitos pontos de ônibus na cidade.
A Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf) afirmou que já iniciou a reforma de 500 pontos de ônibus, projeto que foi licitado pela Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU).
Para fugir da alta temperatura da cidade e da chuva, os usuários estão marcando no relógio a hora em que se deve sair de casa e pegar o coletivo. Traçar os minutos e o percurso que deve ser seguido até o ponto de ônibus tem diminuído o desconforto dos usuários, como informou o universitário Diego Rocha, de 23 anos. Ele explicou que o ônibus que pega passa, entre 12h e 12h15, e, para isso, ele sai de casa às 11h50. Segundo o estudante, isso tem economizado tempo e desgaste.
“Esperar o ônibus em uma parada já é algo lamentável e ainda mais nesse sol, não é para qualquer um. Quando não é o sol é a chuva, então como sei o horário em que o ônibus já passou, eu saio de casa dez minutos antes e espero apenas dez minutos”, explicou. No fim da avenida Joaquim Nabuco, no Centro, antes de entrar na avenida Djalma Batista, há um ponto em que não há mais telhas de barro e os usuários rebolam para fugir do sol.
A desempregada Elisa Maria de Souza, 30, reside na comunidade Rio Piorini, Zona Norte, e vai ao Centro duas vezes na semana em busca de emprego. Ela contou que espera mais de 30 minutos no ponto e, que esse tempo, o adjetivo conforto passa longe.
“Aqui no Centro tem até parada que é coberta, mas mesmo assim é muito desconfortável. Lá no meu bairro, o ponto onde pego é atrás de um poste. Chega fica fila atrás desse poste porque as pessoas não querem ficar no sol. Nós pagamos impostos e queremos uma parada digna”, reclamou. É comum nas ruas pontos “invisíveis”. Placas em postes de energia, muretas e até escritos a mão.
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