Em todas as etapas das atividades que movimentaram a economia brasileira, desde 1880 até a contemporaneidade, o transporte teve um papel fundamental para o alargamento da escala de exportação de produtos nacionais e do próprio desenvolvimento regional na época em que o país abriu o mercado para a industrialização. No princípio, no período de 1880 a 1930 a economia brasileira era baseada no extrativismo, agricultura e agropecuária, sendo os principais produtos o café, cultivado no Sudeste mais precisamente em São Paulo, a criação de Gado no Centro-Oeste, algodão cacau e fumos no Nordeste e Extração da borracha no Norte. Neste contexto o Brasil, assim como todos os países, tinha a necessidade de transportar seu cultivo, tanto para o exterior, quanto regionalmente movimentar seus produtos entre os estados, dessa forma, o escoamento desses artigos, dava-se por meio de ferrovias (construídas sob investimento de países já industrializados) e por via transporte marítimo para as exportações; para o fluxo interno dessas mercadorias no país, o meio de transporte realizava-se por cabotagem. É imprescindível destacar nesse período a influência da crise mundial de 1929 na economia brasileira, o valor das exportações brasileiras caíram cerca de 60% de 1929 a 1933, ainda assim, o Brasil foi considerado uma das nações que menos sofreu impactos (em comparação com outros países), devido a grande dependência que os outros países tinham do Café, uma vez que era o único que detinha o cultivo deste bem, e o seu consumo era muito grande pelos estrangeiros.
Outro período vivenciado no Brasil, foi o ciclo da industrialização, que se deu entre os anos de 1930 a 1980. O cenário de infraestrutura no país era bastante crítico, constituído (como já citado) por alguns portos e ferrovias, que ao serem projetadas por países mais avançados (como a Inglaterra, por exemplo), beneficiaram somente a exportação; sendo assim, o modal construído para solucionar a questão do escoamento de produtos industriais nacionais, dentro do próprio país foi o rodoviário. Nesta fase o Brasil sofreu com a já citada crise em 1929 que se repercutiu aproximadamente até 1933, reduzindo consideravelmente o PIB daqueles anos que também teve influência da segunda guerra mundial que finalizou em 1945. Contudo, segundo Josef Barat, um dos mais expressivos crescimentos do Brasil deu-se entre 1900 a 1980, onde o PIB total cresceu a uma taxa média anual de 6,2%.
Sabe-se que após 1980, o país sofreu uma estagnação da economia, o caos no Brasil; essa paralisação com a falta de investimentos, suscitou a insuficiência na geração de energia elétrica, a degradação das condições sanitárias, o estado lastimável das rodovias devido a falta de manutenção e a ineficiência portuária, esses dois últimos elevou o custo do transporte, reduzindo sua competitividade. Neste tempo, é válido ressaltar que a inflação estava alta e incontrolável e a economia fechada. Após o ano de 2000, houve então um novo crescimento da economia com sua abertura para o comércio exterior e o quadro econômico sofreu novas mudanças que favoreceram a economia nacional, porém a taxa de crescimento do PIB nunca mais foi a mesma que a do período até a década de 80. Pode-se ressaltar, que isso é evidenciado pela falta de investimento em infraestrutura de transportes que caminha em paralelo com o desenvolvimento econômico como pôde-se observar em cada época vivenciada no Brasil, necessitou-se de um planejamento de integração entre os meios de transporte, implantação de um ou mais modais e aperfeiçoamento de outros existentes.
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